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domingo, 2 de novembro de 2025

O Rei Está Nu: Por que a Era de Goku como Protagonista de Dragon Ball Precisa Acabar


Uma lenda da indústria quebrou o silêncio, e o estrondo foi maior que um Genki Dama. Kazuhiko Torishima, o editor lendário que não só descobriu Akira Toriyama como foi o arquiteto por trás do sucesso inicial de Dragon Ball, disparou a verdade que muitos fãs sussurram há anos: Goku está ultrapassado.

Em uma declaração bombástica durante uma live, Torishima não usou meias-palavras: "Seria melhor produzir uma história do Vegeta do que Dragon Ball Super. Dragon Ball Daima foi um anime péssimo."

Isso não é uma simples crítica. É um veredito. Vindo da pessoa que, nos bastidores, pressionava Toriyama a inovar, a matar personagens, a surpreender, essa frase é a confirmação oficial de uma crise criativa que já se arrasta há mais de uma década. O coração de Dragon Ball, Goku, parou de bater faz tempo. O que resta é um zumbi superpoderoso repetindo os mesmos movimentos.


A Estagnação do Herói: Por que Goku Parou no Tempo

Goku era o símbolo do potencial infinito. Um underdog puro de coração cuja jornada era sobre superação. O problema? Ele superou tudo, exceto a si mesmo.

Em Dragon Ball Super, Goku não é mais um personagem; é uma coleção de catchphrases e desejos. Suas motivações são um loop infinito: "Quero lutar com alguém forte" -> "Estou com fome" -> "Preciso de uma forma mais forte". O que era uma ingenuidade encantadora no passado se transformou em uma irresponsabilidade perigosa. Ele arriscou a existência de múltiplos universos por uma boa luta no Torneio do Poder, um ato que beira a vilania, não a heroísmo.

Onde está o custo? Lembram-se da morte épica contra Raditz? Do desespero sangrento em Namekusei? Cada vitória era conquistada com suor, lágrimas e um pedaço da alma. Hoje, as vitórias de Goku são resolvidas com uma nova transformação cabeluda e colorida. A tensão morreu. Sabemos que ele vai conseguir, não porque ele é inteligente ou estratégico, mas porque o roteiro exige um novo brinquedo para vender.

Torishima, o homem que entende de narrativa, vê isso. Uma boa história precisa de mudança, e Goku se recusa a mudar. Ele é uma relíquia de uma era mais simples, e sua força infinita soa oca sem uma transformação interior que a justifique.

Vegeta: O Verdadeiro Protagonista que Dragon Ball Merece (Mas Não Tem)

Quando Torishima defende uma série do Vegeta, ele não está sendo polêmico; está apontando para onde a alma da franquia fugiu.


A jornada de Vegeta é a maior história de redenção do shōnen. Ele começou como um genocida arrogante e, degrau por degrau, se tornou um guerreiro orgulhoso, um marido (ainda que desastrado) e um pai que quebrou o ciclo de abandono de sua raça. Ele luta contra demônios internos — a culpa por seu passado, o orgulho ferido, a luta para se encontrar em um universo onde ele não é mais o número um.

Em Dragon Ball Super, são os momentos de Vegeta que têm peso emocional:

  • Sua luta contra Toppo, onde ele defende o orgulho de um Saiyajin para salvar seu universo, é um dos clímax mais emocionantes da série.

  • Sua humildade ao treinar com Beerus, abandonando temporariamente sua rivalidade com Goku para buscar um caminho próprio.

  • Sua aceitação tranquila da mortalidade em Super Hero, priorizando a família de uma forma que Goku jamais conseguiria compreender.

Vegeta é complexo, contraditório e profundamente humano. Suas vitórias são merecidas, não previstas. Ele já não é um coadjuvante há muito tempo. Ele é o protagonista emocional de Dragon Ball, e uma série sob sua perspectiva poderia explorar temas adultos como paternidade, legado e a busca por um propósito além da simples luta.


Dragon Ball Daima: O Sintoma da Doença

Torishima chamar Daima de "anime lixo" é crucial. Não é só uma crítica à qualidade, mas ao conceito.

A premissa de Daima — transformar Goku em criança — é a admissão de derrota final. É a franquia gritando: "Não sabemos mais o que fazer com nosso herói adulto, então vamos reciclar a fórmula que funcionou nos anos 80!"

É um movimento regressivo e desesperado. Em vez de passar o bastão para Gohan (que teve seu arco ignorado), Pan, Uub ou, claro, Vegeta, a série prefere se encolher e voltar para o seu casulo. É uma tentativa vazia de pescar nostalgia, que acaba não agradando nem os fãs antigos, que veem a infantilização como um desserviço, nem os novos, que ficam confusos com a premissa.

Para Torishima, que uma vez exigia que Toriyama matasse personagens e corresse riscos, Daima deve ser a prova final de que Dragon Ball perdeu a coragem de evoluir.

O Veredito Final: É Hora de Passar o Bastão

A declaração de Torishima é um ponto de virada. Ela legitima um sentimento que já é maioria entre a base de fãs. O tempo de Goku como protagonista chegou ao fim.

O cenário do shōnen moderno é dominado por heróis como Tanjiro Kamado (Demon Slayer) e Yuji Itadori (Jujutsu Kaisen), personagens cuja força é diretamente ligada à sua empatia, trauma e crescimento pessoal. Em comparação, a obsessão unidimensional de Goku por lutar parece arcaica e desconectada.

Dragon Ball precisa de uma reinvenção corajosa. Precisa entender que seu legado não está preso a um único personagem, mas em um universo rico cheio de herdeiros prontos para brilhar. Gohan, Pan, Uub e, acima de tudo, Vegeta, carregam o DNA da série, mas com a profundidade emocional que o novo público exige.

Goku sempre será a lenda, o fundador. Mas toda lenda, em algum momento, vira história. E as melhores histórias são aquelas que sabem quando virar a página.

E você, concorda? A franquia deve se tornar "Dragon Ball: A Lenda do Príncipe Saiyajin"? Ou acha que Goku ainda tem muito a oferecer? O debate está aberto nos comentários!

 

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