Imagine uma cidade onde a chuva ácida lava o sangue das ruas, o neon de hologramas publicitários ilumina rostos marcados pela desesperança, e o som de bots policiais se mistura com o sussurro de uma rede clandestina. Bem-vindo a Tecno-Porto, a antiga Porto Alegre transformada num caldeirão de violência, tecnologia e desigualdade. Este é o palco de Cyberpunks, a obra brasileira que mergulha de cabeça no gênero cyberpunk com a crueza e a autenticidade que o tema exige.
Não é só sobre jaquetas de couro e braços cibernéticos. É sobre sobreviver.
O Mundo que Sobrou do "Julgamento Final"
Em 2036, o mundo como o conhecíamos acabou. Um evento catastrófico, conhecido como o "Julgamento Final", varreu governos e instituições, deixando um vazio de poder que foi rapidamente preenchido pela única entidade organizada o suficiente para fazê-lo: as megacorporações. Em 2050, a vida não tem valor, apenas um preço.
A paisagem de Tecno-Porto é uma ferida aberta. A polícia não serve ao povo, mas aos interesses corporativos que sugam cada gota de recursos e dignidade da população. A desigualdade não é uma estatística; é uma paisagem urbana, com arranha-céus reluzentes pairando sobre favelas digitais.
Os Index: A Última Centelha de Humanidade
No meio dessa escuridão, um farol de resistência teima em não se apagar: o grupo dissidente conhecido como Index. Eles não são heróis de capa; são punks, hackers, desajustados e sobreviventes que se recusam a ser engolidos pelo sistema.
O primeiro volume nos apresenta a esse grupo e ao seu mundo, uma introdução rápida e impactante que nos joga direto no coração do conflito. O roteiro de Matheus Iparraguirre não perde tempo com rodeios. A ameaça é imediata, e a sensação de perigo, constante.
A Desconfiança Como Arma e a Traição Como Regra
Se o primeiro volume constrói o mundo, o segundo volume envenena o próprio ar que os personagens respiram. A desconfiança se instala no grupo, levando a medidas extremas como a vigilância interna. Enquanto brigam entre si, uma de suas integrantes é sequestrada, forçando-os a invadir o labirinto tecnológico de um homem misterioso e poderoso.
Aqui, a série mostra suas garras. A luta não é apenas contra um inimigo externo, mas contra a paranoia que corrói os alicerces da resistência. Quem você pode confiar quando o próprio grupo pode estar te vigiando?
O Desfecho Sanguento e Eletrizante
O terceiro volume promete o que todo fã de cyberpunk anseia: o confronto final. Os Cyberpunks estão caindo na armadilha da corporação sinistra, e o preço será alto. A revelação do cérebro por trás de tudo, a morte de outro membro da equipe e uma disputa eletrizante entre punks selam o destino da história.
A pergunta que fica não é se eles vão sobreviver, mas o que sobrará de sua humanidade quando a poeira baixar.
Por Que Você Precisa Ler Cyberpunks?
Cyberpunk com Sotaque Gaúcho: É uma rara e valiosa joia da cena nacional, mostrando que as distopias não são um problema apenas de Tóquio ou Los Angeles. Elas estão aqui, na esquina, no futuro que talvez esteja mais próximo do que imaginamos.
Narrativa Ágil e Intensa: São leituras rápidas, mas que deixam um gosto duradouro de desconforto e reflexão.
Um Espelho Sombrio: A obra fala sobre vigilância, capitalismo desenfreado, a perda da privacidade e a luta de classes de uma forma que ressoa profundamente com os tempos atuais.
A Resistência Chama por Você.
A batalha por um futuro menos pior está sendo travada nas páginas de Cyberpunks. Os três volumes estão disponíveis nas plataformas Supercomics e Digital Comics.
Merge na rede. Junte-se à Index. A cidade de Tecno-Porto precisa de você.
E aí, qual personagem da resistência você seria? O hacker, o combatente de rua ou o estrategista? Comente qual aspecto desse mundo cyberpunk gaúcho mais te intriga! 👇
Nenhum comentário:
Postar um comentário